O BOBO
Se corremos os jornais de fio a pavio ou se vemos os noticiários todos os dias o que se recolhe são notícias da crise: empresas a fecharem, desempregados angustiados, a construção civil à espera do tiro de partida do governo, o sector automóvel a reinventar bóias de salvação e a banca no estaleiro para desinfecção.
De vez em quando, como ontem dia 2 de Abril, o BCE tenta alegrar os endividados com mais uma baixa da taxa de juro, neste caso de 25 bp para 1.25%. A malta alegra-se, os precipitados apologistas do princípio do fim fazem subir os índices accionistas e há mesmo quem jure que a Primavera já começou. Mas no fundo ainda há muito osso para roer.
Falar só de desgraças desgraça-nos. Por isso é que mesmo nos momentos mais cruéis a corte medieval não dispensava os ditos do seu bobo. Era o tipo que contava umas histórias, umas anedotas, ria do trivial e do perigoso, desanuviava o ambiente mas permitia-se, ao mesmo tempo, desembrulhar a verdade. Por muita asneira que fizesse no máximo apanhava uns pontapés.
A função do bobo é, por isso, de grande importância em períodos de crise e de perigos. Um país sem bobos é um país incapaz de dar a volta por cima, incapaz de ultrapassar as dificuldades. Por isso, não há razão para estarmos pessimistas. Em Portugal o bobo está por toda a parte, pode ser um qualquer. Tanto pode ser hoje condenado por corrupção como ser amanhã CEO de uma empresa inter-municipal. É isto que nos alegra e anima.
Ou será que os bobos somos nós?
De vez em quando, como ontem dia 2 de Abril, o BCE tenta alegrar os endividados com mais uma baixa da taxa de juro, neste caso de 25 bp para 1.25%. A malta alegra-se, os precipitados apologistas do princípio do fim fazem subir os índices accionistas e há mesmo quem jure que a Primavera já começou. Mas no fundo ainda há muito osso para roer.
Falar só de desgraças desgraça-nos. Por isso é que mesmo nos momentos mais cruéis a corte medieval não dispensava os ditos do seu bobo. Era o tipo que contava umas histórias, umas anedotas, ria do trivial e do perigoso, desanuviava o ambiente mas permitia-se, ao mesmo tempo, desembrulhar a verdade. Por muita asneira que fizesse no máximo apanhava uns pontapés.
A função do bobo é, por isso, de grande importância em períodos de crise e de perigos. Um país sem bobos é um país incapaz de dar a volta por cima, incapaz de ultrapassar as dificuldades. Por isso, não há razão para estarmos pessimistas. Em Portugal o bobo está por toda a parte, pode ser um qualquer. Tanto pode ser hoje condenado por corrupção como ser amanhã CEO de uma empresa inter-municipal. É isto que nos alegra e anima.
Ou será que os bobos somos nós?
Luis Rosa
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