sexta-feira, 28 de março de 2008

EDIFÍCIO EM SHANGAI




Projecto do "Edifício do Povo" para a Expo 2010 de Shanghai, na China. Trata-se de um projecto de um colectivo de arquitectos e designers dinamarquês intitulado BIG (Bjarke Ingels Group).

A forma peculiar deste edifício não é gratuita e comporta, na perspectiva da filosofia oriental, um simbolismo que vai para além da semelhança com o sinal caligráfico (o caracter do alfabeto chinês que significa "pessoas") com o qual se identifica. Assim, o corpo que emerge da água é dedicado a actividades de cultura física, desportos, etc., e o corpo emergente da terra tem como destino actividades de "enriquecimento espiritual" - centro de conferências e outras. No ponto de encontro, onde o edifício se torna um só, situa-se um hotel de 1000 quartos! 250 000m2 de área construída...

quarta-feira, 26 de março de 2008

D.L.46/2008 - RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO


O D.L. 46/2008 de 12 de Março vem estabelecer as normas de triagem, reciclagem e outras formas de valorização dos resíduos de construção e demolição. Condicionando o depósito dos mesmos, em aterro, a uma triagem prévia que pode ser feita pelo gestor da obra ou por um operador licenciado para o efeito.
Entra em vigor 90 dias após a data de publicação.

terça-feira, 25 de março de 2008

UM CASO VERÍDICO














"PARTICIPAÇÃO DE ACIDENTE DE TRABALHO



Exmºs. Senhores.
Sou assentador de tijolos. No passado dia 3 de Setembro estava a trabalhar sózinho no telhado de um edifício de 6 andares. Quando acabei o meu trabalho, verifiquei que me tinham sobrado muitos tijolos, mais ou menos 250 kgs. e pensei que em vez de os fazer descer à mão, uns a uns, decidi colocá-los num bidão que havia no terreno, que poderia utilizar com a ajuda de uma roldana a qual felizmente estava fixada num dos lados do prédio, no 6º andar.
Desci para o terreno, e atei o bidão com uma corda. Subi para o telhado e puxei o bidão para cima e nele pus os tijolos dentro que couberam todos. Voltei para baixo, desci a corda e segurei-a com força de modo a que os tijolos descessem devagar.
Aí começou o sinistro. Como eu só peso cerca de 80 kgs. qual não foi o meu espanto, quando de repente me senti içado no ar, saltei do chão, perdi a minha presença de espírito, e esqueci-me de largar a corda. Acho que comecei a subir a grande velocidade. Lembro-me que na proximidade do terceiro andar embati no bidão que vinha a descer (cruzei-me mesmo com ele) e isto explica a fractura no crânio e a clavícula partida.
Continuei a subir, mas com menos velocidade, mas só parei quando cheguei ao 6º andar e os meus dedos ficaram entalados na roldana. Felizmente que já tinha recuperado a minha presença de espírito e consegui, apesar das dores agarrar-me à corda e soltar os dedos da roldana.
Enquanto tudo isto se passava cá acima, o bidão chegou ao chão com um grande estrondo e o fundo partiu-se e ficou sem os tijolos que se partiram e espalharam pelo terreno. Sem os tijolos o bidão pesava menos de 20 kgs. Como V. Exªs. podem imaginar e como eu estava agarrado ainda à corda cá em cima, comecei então a descer rapidamente e próximo do 3º andar encontrei outra vez o bidão que vinha a subir e isso explica a fractura nos tornozelos e as luxações nas pernas bem como na parte inferior do corpo. O encontro com o bidão diminuiu a velocidade da minha descida pelo prédio abaixo, o suficiente para minimizar os meus sofrimentos, quando caí em cima dos tijolos que estavam no terreno. Felizmente só fracturei 3 vértebras.
Lamento no entanto informar que enquanto me encontrava caído em cima dos tijolos, sem quase me poder mexer, olho e vejo o bidão lá em cima. Aí perdi novamente a minha presença de espírito e larguei a corda. O bidão, disseram-me depois, pesava mais que a corda, e então desceu e caiu em cima das minhas pernas, partindo-as imediatamente. Só me lembro depois de ter acordado no hospital e só 3 dias depois é que consegui ditar a descrição deste acidente. Espero ter dado a informação detalhada para poder ser indemnizado por V. Exªs. Cumprimentos."

segunda-feira, 24 de março de 2008

MONCARAPACHO



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Casa de campo, de um só piso composta por sala, cozinha, instalação sanitária, 3 quartos e 2 casas de banho.

quinta-feira, 20 de março de 2008

MATERIAL DE CONSTRUÇÃO ECOLÓGICO

No dia 22 de Março, será feita uma demonstração de construção de uma casa, utilizando novos materiais feitos a partir de produtos reciclados e que melhoram o aproveitamento energético dos edifícios.
Local - Barringtons (centro desportivo), Vale do Lobo, Almancil, 11,30 h.
Para mais informações contactar :

CONCEITOS TÉCNICOS DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO

Encontra-se em fase de consulta pública, o anteprojecto do Decreto Regulamentar sobre conceitos técnicos de ordenamento do território a utilizar nos instrumentos de gestão territorial.
Não era bem este tipo de literatura que gostaríamos recomendar para estas mini férias da Páscoa, mas para quem tiver paciência, pode enviar sugestões de alteração para a D.G.O.T.D.U. ( conceitos.ot@dgotdu.pt) até 31 de Março de 2008.
Este D.R. entrará em vigor no dia seguinte ao da sua publicação.

quinta-feira, 13 de março de 2008

PORTARIA 232/2008 DE 11 DE MARÇO

Na sequência do previsto na Lei 60/2007 que altera o D.L. 555, foi agora publicada a Portaria que define os elementos que devem instruir os projectos de urbanização e edificação.

segunda-feira, 10 de março de 2008

DECRETO LEI 39/2008

O texto final mantém, basicamente, os tópicos que enunciámos no "post" de 27 de Fevereiro.
Este novo Decreto Lei entra em vigor a 6 de Abril.
Ainda faltam as Portarias.

quarta-feira, 5 de março de 2008

EXPO EUROPA E AMBIENTE


No dia 9 Maio (Dia da cidade de Quarteira e da Europa), terá início, na Praça do Mar, um conjunto de eventos comemorativos que incluem um ciclo de conferências intitulada "A Europa e as Energias Renováveis" e exposições relacionadas com o ambiente e energias renováveis.
No dia 11 será a chegada da 2ª Travessia do Portugal de Lés-a-Lés Ecológico (uma prova onde só podem participar veículos amigos do ambiente, e que vem da Guarda até ao Algarve).

terça-feira, 4 de março de 2008

JOSÉ TELO ZUQUETE

Enquanto a vontade teime em não apagar da memória os amigos com quem cruzámos.

"... O Hotel do Cerro foi inaugurado num sábado dos fins de Maio, tempo morno e sol brilhante, época de figos lampos.
Chegados na véspera, ao cair da noite, os primeiros turistas encontraram – muitos deles pela primeira vez – um Algarve de céu limpo, sem uma ponta de vento e um mar estanhado que parecia artificial.

- Havia uns dias bons que ninguém dormia – intercalou o arquitecto.
Operários, encarregados e técnicos, todos numa fona, em pé à força de nervos e de álcool, olheiras fundas e olhos a brilhar.
Um mês louco.
Lembro-me, em particular, das olheiras do João – já sem gesso e cheio de irras! E a inventar palavras novas de dez em dez minutos – das rugas do Bernardo, do Carlos a cirandar como um tigre enjaulado, mas nenhum de nós devia andar com muito boa cara.
O pessoal do hotel a chegar aos poucos, as instalações a arrancar, uma a uma, as asneiras a saltar como moscas, curto-circuitos, encravamentos, alterações de última hora na cozinha, na recepção, na central telefónica, nos bares, câmaras frigoríficas com termostátos surrealistas, ventiladores a desintegrarem-se ao fim de uns minutos de uso.
Quando o Morrison – esteve lá o mês inteiro – dizia: - arquitecto, parece que temos um problema... - havia de ser uma daquelas grandes gaitas que chateavam meio-mundo até, saberia Deus, quando.
Não era só ele que via, todos víamos – e havia coisas que era possível – ainda – fazer e outras que não. E era com essas que eu dormia todas as noites.
E acrescentar – acrescentar, irra! - acrescentar tudo o que esquecera, prateleiras aqui e acolá, depósitos para as coisas mais diversas, luzes, avisadores, relais, guias, defesas, protecções, suspensões.
Meses que só se podem viver uma vez.
O Moura pintou e envernizou a noite inteira até, às seis da manhã, ir tomar um duche e vestir o fato inteiro e o colete de ocasião, o Chapim, teimoso, arrastou com ele a equipa inteira de electricistas durante quatro dias e quatro noites e só parou depois de ter encontrado todos os curto-circuitos e verificado a totalidade da instalação, ponto a ponto, caso a caso.
O Carlos e o João estiveram em todo o lado, o Tavira e o Oliveira desdobraram-se, o Bernardo pisava duro – duríssimo – eu larguei uns porras! Altos demais.
Parecia que tinhamos fogo debaixo do rabo.
Entretanto desembarcaran no hotel as coisas mais variadas – desde as bombas para o tratamento de água das piscinas até aos talheres para o restaurante e às bebidas para os bares.
A Lija comandava um batalhão de cortineiras, mergulhadas até ao pescoço num mar de tecidos variados, onde só elas se entendiam.
Chegavam impressos para a contabilidade e para a recepção, mesas, cadeiras e almofadas, tachos e panelas, máquinas sortidas, pratos aos milhares, grandes e pequenos, toalhas de todos os formatos, cinzeiros, candeeiros, gravuras, pinturas – e duas tapeçarias, manuseadas como tesouros do Oriente.
Um mês frenético.

- Passado um tempo – disse o arquitecto – torna-se difícil entender como foi possível fazer-se o que se fez.
Não respondi e ele continuou:
- Estados de nervos, talvez... A fúria de acabar.
Um mês de fúria? Uma ou duas directas todos nós fizémos, mas um mês?
- Era uma fúria antiga – disse, quando lhe perguntei – não era uma fúria de um mês.
E sem olhar para mim:
- Era um elástico esticado, muito esticado havia dois anos, quase a partir. Ou dávamos cabo da obra ou a obra dava cabo de nós. ..."

In "Cerro Lamy"
Arquitecto José Telo Zuquete (1/8/1939 - 26/2/2008)
Este trecho pertence a um dos vários livros por ele escritos entre 2002 e 2007 que muito gostaríamos de ver publicados, especialmente a "Alma" e "Cerro Lamy".
Dói perder um amigo.