quinta-feira, 25 de junho de 2009

A IMPORTÂNCIA DAS PREVISÕES

A OCDE publicou no dia 24 de Junho previsões económicas para 2009 e 2010.
Este ano o crescimento do PIB para toda a OCDE vai ser muito negativo (-4.1%) e para o ano a previsão é uma taxa politicamente correcta (0.7%): nem alta para evitar acusações de optimismo nem muito baixa que rebaixe as expectativas dos agentes económicos.
Portugal (-4.5%) irá cair este ano um pouco menos do que a ZE (-4.8%) e um pouco mais do que a Espanha (-4.2%).
As curiosidades destas previsões são, nomeadamente, i) que entre o 2º trimestre de 2008 e o 4º trimestre de 2010 a Zona Euro (ZE) vai crescer sempre menos do que os EUA. Isto é, quem deu bronca vai safar-se menos mal do que os outros, ii) é impressionante a queda do PIB da ZE no 1º trimestre deste ano e iii) como se vê no gráfico, só no final do ano haverá variações positivas.
Estas previsões do PIB são importantes mas são menos importantes do que noutras crises. As crises são sempre avaliadas em termos de impacto no rendimento, no PIB. Aceita-se que o impacto na riqueza é, digamos, negligenciável. Desta vez esta assumpção não é aceitável. Temos de ter em conta a (destruição de) riqueza – que foi enorme em países como os EUA, RU, Irlanda, Espanha, etc. - A destruição de riqueza vai prolongar a crise no tempo e, por isso, tornar menos interessantes previsões de curto prazo que só incidem no PIB
.

Luis Rosa

quinta-feira, 18 de junho de 2009

No decurso de (mais uma) tentativa de ir arrumando os papéis, encontrei este interessante fragmento da nossa história: uma casa localizada na, então, denominada Ilha do Ancão (hoje ilha de Faro) e que estava exactamente implantada na divisão dos concelhos de Loulé e Faro.
De acordo com a descrição constante na Caderneta Predial Urbana, tratava-se de um prédio urbano, construído em madeira e destinava-se ao comércio de pão. Seria objecto de reconstrução em 1954.

TÁCITO


Combatendo divididos, foram totalmente derrotados.
Tivessem permanecido inseparáveis, teriam sido insuperáveis
.”
Tácito
sobre os Celtas da Península Ibérica
(56-117 d.C.)

segunda-feira, 1 de junho de 2009

UM NOVO EQUILIBRIO

Saber como chegámos aqui é essencial para saber como vamos sair.


Uma acusação antiga é que a dinâmica do capitalismo leva a crises de sobreprodução, ie, a crises provocadas por uma produção excessiva face à procura existente. Quando se ouve falar em programas de demolição de casas surge-nos a imagem de uma crise de sobreprodução igual às que, no passado, levaram à destruição de café ou de outros bens.

Claro que a procura efectiva depende dos salários, da distribuição do rendimento e da riqueza, ou seja, quanto mais baixos forem os salários e mais dispare for a distribuição do rendimento mais difícil é gerar procura efectiva. Quanto menos dinheiro chegar aos pobres menos procura há.

Nos EUA 50% da população detém 2,8% da riqueza. Esta desigualdade extrema não pode permitir que a procura efectiva equilibre e absorva a produção.

Não pode?

Nos EUA pôde. Para isso usaram-se todos os truques possíveis e imaginários, produtos financeiros com nomes impronunciáveis, contrataram-se pós-doutorados em matemática e física para que o sistema financeiro conseguisse – de acordo com os preceitos em vigor – fazer esticar a procura até ao nível necessário. Isto foi feito pelo endividamento dos americanos incluindo os que não tinham, já então, capacidade de cumprir o serviço da dívida (os empréstimos sub-prime).

O filme dos últimos anos chamou-se, assim, prolongar o crescimento da procura à custa do endividamento extremo.

O filme actual chama-se: calafetar os défices dos agentes o menos mal possível até se conseguir um novo equilíbrio. A destruição de riqueza foi muito grande e por isso esse novo equilíbrio ainda demora e demorará tanto mais quanto mais lentamente se corrigir a extrema desigualdade da distribuição do rendimento no Mundo.


Luis Rosa

ACORDO ORTOGRÁFICO DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO E DO URBANISMO- D.R. 9/2009

-Um chapéu(?)-

"...Pretende-se, assim, através do presente decreto regulamentar, evitar a actual dispersão e imprecisão de conceitos utilizados por instrumentos de gestão territorial, nomeadamente o recurso a expressões que não são objecto de definição, a utilização do mesmo conceito com diferentes significados ou do mesmo instituto jurídico com diferentes designações, bem como a utilização de conceitos indeterminados ou incorrectos..."

- Não, é uma jibóia que engoliu um elefante-

(Imagens do livro O Principezinho de Antoine de Saint-Exupéry)

Decreto Regulamentar 9/2009