segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

FAIANÇAS BORDALO PINHEIRO


A fábrica de Faianças Bordalo Pinheiro nas Caldas da Rainha encontra-se em risco de fechar portas em consequência da falta de encomendas suficientes que lhe permita prosseguir a laboração. Trabalhadores e administração tentam agora chamar a atenção para o valor económico e cultural que esta fábrica representa para a região e para o país e dizer que tem que haver uma solução.
A histórica fábrica nasceu do sonho de Rafael Bordalo Pinheiro juntamente com a sua irmã, Maria Augusta e pelo amigo Ramalho Ortigão. A escritura da fábrica, foi assinada a 30 de Junho de 1884. Tinha como objectivo «explorar a indústria cerâmica no ramo especial das faianças», e propunha-se lançar no mercado, além de produtos de cerâmica ornamental e de revestimento e louça do tipo que se cultivava nas Caldas «objectos da mais fina faiança estampados com gravuras originais para usos ordinários, e louça ordinária para os usos das classes menos abastadas».

As peças que cria inspiram-se na expressão regional da arte popular do barro que lhe pré-existia nas Caldas da Rainha. A cerâmica vai também servir para aparecerem tipos característicos da nossa sociedade. Uma das criações mais conhecidas é a figura do Zé Povinho, personagem intemporal, desalinhado em energia, na retórica e na postura, desenhado no traço grosseiro da robustez que caricatura o nosso colectivo.
Para além do museu da própria fábrica, algumas das peças podem ser vistas no Museu Bordalo Pinheiro, em Lisboa, estão presentes na colecção Berardo e em locais de uso tão quotidianos como as paredes da padaria as Rua do Sol ao Rato em Lisboa.



Imagens:
1- Zé Povinho
2- Jarra com patos 1906
3- Prato com 3 lagostas sobre folha de couve
4- Azulejos com borboletas e espigas de trigo 1905





"Tá na hora de partir
pois não posso cá ficar.
Quando de mim precisarem
estou em qualquer lugar."




Sem comentários: