sexta-feira, 4 de março de 2011

GERMAN DIKTAT



O ambiente político europeu mudou de perfume. O projecto europeu mudou definitivamente. Falar hoje da adesão da Turquia ou de solidariedade europeia parece uma cena do Spielberg.
Os novos aromas que estão a vir do Reich são muito spicy. Angela Merkle, em contraste com anteriores Chanceleres, é a face dos rígidos sectores umbiguistas alemães.
Para a liderança alemã o euro é lateral.
Estes sectores estão apostados em trocar o apoio (mínimo) aos países endividados pela perda de soberania destes, conseguida através do chamado Pacto para a Competitividade.
A Alemanha não quer que se fale na PAC nem na confusão dos seus bancos públicos e, muito menos de uma coisa essencial: emissões de dívida para o conjunto dos países do euro.
Para afinar aquela troca, o primeiro-ministro foi, sem rebuço, chamado a Berlim.
Portugal tem um problema de longo prazo que tem de resolver: tem de viver com os seus recursos. (Esquecidos disto desde 1999, estão outros a avivar-nos a memória.)
Mas enfrenta, agora, um sarilho que o ultrapassa: o repentino desaparecimento do funding externo. Isto é, fomos completamente apanhados na curva. E na curva somos mais facilmente chantageados.
Agora, de braço dado com as compras de Mercedes e de BMWs (e de submarinos), preparamo-nos para amochar ao, muito pouco democrático, German Diktat.
Luis Rosa

Sem comentários: