quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

O TI OLÍMPIO

O ti Olímpio semeava calotes pela aldeia. Mas também tinha uma grande lábia e para cravar mais um copo na taberna garantia que, só vacas, tinha pra cima de vinte. E lá ia o copito. Um dia alguém alertou furioso que - qual 20 vacas! – eram só duas e nem sequer eram vacas, eram ovelhas mal tosquiadas.
Com os gregos aconteceu o mesmo. Andaram anos a partir pratos e a varrer os cacos para que ninguém visse. Depois das eleições do Outono alguém viu. Agora, os gregos estão à rasca. E o problema é que não estão sozinhos fazem parte da confraria do euro, ou seja, o que os rapazes andaram a fazer e a esconder vai cair em cima de todos os confrades.
No início de Dezembro, quando ninguém estava preocupado com a Grécia, 1 euro valia 1.51 dólares. Hoje, com os empurrões gregos, vale 1.41, caiu num mês e meio 6.6%.
Mas, também é verdade, que na Europa actual todos somos um pouco gregos: vivemos acima da fasquia, devemos um horror de massa, o Estado está cheio de dívidas e temos uma demografia danada. As chamadas elites – incluindo as partidárias - também são o que são. Agora que o Orçamento do Estado está a ser burilado – ou leiloado – porque não olhar para a Grécia e para as suas ruínas?

Luis Rosa

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